sexta-feira, novembro 27, 2009

"Aviso à Navegação"

As más notícias: José Alberto Carvalho fez aos jornalistas da RTP o que nenhum profissional que se preze gosta que lhe façam: deu-lhes conselhos sobre como se devem comportar na sua vida privada.

As boas notícias: pelo menos um deles estava a precisar.


Na realidade, nenhum jornalista devia sentir-se ofendido com a atitude de José Alberto Carvalho. O que o Director de Informação da RTP fez foi recordar aos jornalistas que um jornalista, para além de ser sério, tem que parecer sério, para bem da sua própria reputação e da empresa para a qual trabalha.

Ainda que um jornalista seja livre de exprimir a sua opinião nas redes sociais, sempre que o faz está a condicionar a forma como os espectadores, leitores ou ouvintes vão interpretar o seu trabalho e a posição do órgão de comunicação social para o qual trabalha. Pedir aos jornalistas que ponderem as posições pessoais que assumem, e que as assumam explicitamente como pessoais, não me parece nada estranho, e muito menos abusivo.

O jornal "24 Horas" apresentou a notícia de uma forma equilibrada, descrevendo as reacções dos jornalistas como positivas, com algumas reservas no ponto relacionado com os amigos nas redes sociais (o ponto 5).

A terminar, a notícia refere que "'eventualmente, terão sido detectados alguns exageros' [...] ao que o 24horas pôde apurar, o jornalista José Ramos e Ramos poderá ter sido um dos casos [...] o repórter tem um site onde tinha por hábito relatar detalhes das suas reportagens [...] o jornalista esclarece: 'não me sinto visado [...] os princípios que são invocados, os da ética e deontologia, todos nós cumprimos'".

Permitam-me discordar.

O jornalista José Ramos e Ramos, precisamente o que diz "isto não é para mim", tem, no seu site e em comentários deixados em outros sites, manifestado uma posição claramente contrária ao Colégio Militar. Até aqui tudo bem, está no seu direito de ter uma opinião e de a manifestar, como qualquer cidadão. No entanto, no passado dia 22 de Outubro, pelas 13 horas, na cobertura de uma manifestação contra a violência no Colégio Militar, o Jornalista José Ramos e Ramos usou os meios colocados à sua disposição pela sua entidade patronal para, de uma forma claramente parcial, suportar a sua posição pessoal.

Também já circulou por diversas mailing lists de Antigos Alunos a história de uma Grande Reportagem que estaria a ser preparada pela RTP e que daria uma imagem extremamente negativa do Colégio. Adivinhem quem a fez (ou está a fazer), e com que posições pessoais essa reportagem está alinhada.

José Alberto Carvalho fez bem em lançar este "aviso à navegação". Quem faz o seu trabalho de forma profissional, respeitando a ética e a deontologia da profissão, percebe que não tem nada a recear. Por outro lado, quem quiser utilizar os meios e o tempo de antena da RTP para defender as suas causas pessoais, deve ter percebido a mensagem de que essa atitude não será bem aceite.

quinta-feira, novembro 26, 2009

"Põe Água Fria Que Isso Passa..."

O Igeménio Tadeu, Antigo Aluno nº 11 de 1934, era professor de ginástica no Colégio na altura em que lá estive, e chegou a ser meu professor em alguns (poucos) anos.

O Tadeu não era professor da Classe Especial, e por isso não colocava alunos a voar por cima de mesas alemãs impulsionados de forma razoavelmente aleatória por uma cama elástica; a "acrobacia" mais arriscada para alunos do 3º grupo era saltar um plinto em extensão com os pés juntos: fazer a chamada no trampolim, voar por cima do plinto, apoiar as mãos no outro extremo, encolher os joelhos para o peito e fazer passar os pés por entre as mãos.

Apesar da pouca sofisticação da manobra, era frequente os alunos não conseguirem executar os passos todos; quando os pés não conseguiam passar por entre os braços e "encravavam" na extremidade do plinto, o resultado era geralmente uma queda desamparada para a frente, apesar da ajuda voluntariosa do Tadeu.

Enquanto o desgraçado do aluno se torcia com dores no meio do chão, achando que tinha partido qualquer coisa, o Tadeu exclamava o seu famoso "põe água fria que isso passa", e lá ia o aluno até à casa de banho efectuar o tratamento de acordo com a prescrição.

Não é credível que na formação ministrada no INEF (actual Faculdade de Motricidade Humana) na década de 40 atribuíssem à água fria poderes curativos instantâneos sobre fracturas de ossos ou roturas musculares, mas o que é um facto é que o Tadeu parecia acreditar em tais poderes.

Nunca vi o Tadeu manter na aula um aluno que estivesse magoado. O "põe água fria que isso passa" significava simplesmente "vence a pieguice e a dor, percebe onde é que fizeste asneira e volta a tentar de imediato, porque se conseguires fazer bem vais ganhar confiança e fazer melhor no futuro, mas se desistires o plinto parecerá maior da próxima vez e podes não conseguir voltar a passá-lo".

Ainda hoje, quando vejo uma "Amélia" vacilar à primeira dificuldade, ficar a lamentar-se e querer desistir, lembro-me logo do Tadeu, e do seu "põe água fria que isso passa".

quarta-feira, novembro 25, 2009

Os 25 Anos de Entrada (Parte IX)

Continuação de Os 25 Anos de Entrada (Parte VIII).

O "Rodinhas" (79/1977) em conversa com o Prof. Marques da Costa e o Coronel Souto.

Continua em Os 25 Anos de Entrada (Parte X).

sexta-feira, novembro 20, 2009

Passo Trocado

Portugal é um país onde há crimes, não é um país de criminosos.

Uma generalização é um acto de ignorância ou de má-fé, e se o posso compreender (mas não aceitar) de alegados jornalistas a escrever em alegados órgãos de informação, não o esperava de uma pessoa como o Professor Daniel Sampaio.

O Professor Daniel Sampaio é um psiquiatra de reconhecido mérito, especializado em adolescentes, com presença regular na imprensa, e não resistiu ao apelo do "tema da semana", escrevendo um artigo sobre o Colégio Militar na revista "Pública" do passado dia 1 de Novembro.

Daniel Sampaio começa por referir que "a comunicação social parece ter descoberto agora o que há muito se sabia: existem castigos físicos violentos no Colégio Militar". Em seguida, enumera toda uma variedade de castigos (por exemplo, a "obrigatoriedade de permanecer em 'posição de Cristo' durante horas"), e tudo é apresentado na forma de um diagnóstico claro e objectivo: é claro que existem, é claro que são generalizados, é claro que são (entre outros) estes, e é claro que toda a gente sabe há muito tempo.

A esta altura do artigo já era possível perceber que se passava alguma coisa, porque a expressão "há muito se sabia", uma variante da expressão "toda a gente sabe", é geralmente usada no debate político ou no futebol, em contextos onde a demagogia impera sobre a lógica. Normalmente quando alguém diz "toda a gente sabe" quer simplesmente dizer "eu acho que [...], e quem não concorda comigo é ignorante ou está de má-fé".

"Como se trata de um internato - um modelo educativo felizmente em extinção - [...]", segue o artigo, deixando as coisas um pouco mais claras: Daniel Sampaio não concorda com o internato e acha que este modelo deve ser extinto.

Em primeiro lugar, há que perceber de que internato é que se está a falar. Os alunos do Colégio Militar têm obrigatoriamente que dormir na instituição de segunda-feira para terça-feira, de terça-feira para quarta-feira, e de quinta-feira para sexta-feira. São três noites das sete que a semana tem - não estamos propriamente a falar do internato da "Manhã Submersa", de Vergílio Ferreira. Se devemos extinguir este internato por causa dos alunos dormirem fora de casa em três das sete noites da semana, o que é que se segue? Vamos extinguir os acampamentos dos Escuteiros? Vamos extinguir os campos de férias de verão?

E o que dizer de dezenas de colégios ingleses de grande prestígio, que têm modelos de internato mais exigentes em termos de noites dormidas do que o do Colégio Militar?

O resto do artigo deixa claro que se trata de uma expressão da opinião pessoal de Daniel Sampaio sobre o Colégio Militar - perfeitamente legítima, claro - e não de um diagnóstico profissional, como a utilização da especialidade "Psiquiatra" poderia sugerir.

Já a finalizar, Daniel Sampaio refere: "Sei que muitos alunos, pais e professores do Colégio Militar gostam desta escola. [...] Falta-lhes, contudo, a coragem que apregoam. Escasseia-lhes a bravura para denunciar o que está mal [...]". Uma perspectiva inédita e interessante: Daniel Sampaio acha que os alunos, pais e professores que gostam do Colégio (e admite que os há) são os cobardes responsáveis pela não resolução dos alegados problemas.

Mas há um caminho que me parecia razoavelmente óbvio e que Daniel Sampaio não seguiu, que é o caminho de procurar os responsáveis subindo na cadeia hierárquica, ou seja, responsabilizar a Direcção, as chefias militares e o poder político. Não será que são estas entidades e pessoas que têm a responsabilidade e os meios para identificar e resolver os alegados problemas, e quanto mais acima estão, mais responsabilidade e mais meios têm?

Porque é que Daniel Sampaio não seguiu este caminho? Esquecimento? Poucos caracteres disponíveis no artigo?

Não vou atribuir a Daniel Sampaio intenções que talvez não tenha, mas vou esclarecer os leitores sobre o que encontrarão se avançarem pelo caminho de responsabilizar a tutela pelo que alegadamente se passa no Colégio Militar: irão descobrir, entre outras coisas, que o responsável máximo pela identificação e resolução dos alegados problemas do Colégio Militar, enquanto Comandante Supremo das Forças Armadas, foi durante 10 anos (de 1996 a 2006) o Presidente Jorge Sampaio, irmão de Daniel Sampaio.

Quem diria que às vezes as soluções para os problemas parecem tão longe, mas estão em nossa casa, à mesa do almoço de Natal? Será que Daniel Sampaio não sabia que o irmão tinha capacidade e responsabilidade para resolver os alegados problemas do Colégio Militar? Terá faltado nessa altura a Daniel Sampaio "a coragem que apregoa"? Será que na altura não sabia "o que há muito se sabia"? Talvez simplesmente o Presidente Jorge Sampaio, com a informação adequada e a ponderação e responsabilidade exigidas pela função que ocupava, tenha assumido as posições que considerou mais equilibradas e adequadas aos interesses do País e de todos os envolvidos.

"Esquerdo, direito, um, dois!" era o título do artigo, mas Daniel Sampaio está com o passo trocado.

terça-feira, novembro 17, 2009

"Junk News"

Fazer uma revista semanal deve ser um desafio muito particular. As notícias do dia-a-dia já foram dadas pelos jornais diários, rádios e televisões, pelo que os leitores exigem uma abordagem com um pouco mais de profundidade, ao estilo de jornalismo de investigação; no entanto, esses objectivos chocam com o pouco tempo disponível para um trabalho sério. Estas condicionantes criam o cenário ideal para o estilo "junk news": notícias do dia-a-dia com "uma espécie de investigação".

Porque o tempo é limitado, parte-se para cada tema com a posição a defender já perfeitamente definida. Depois é necessário recolher um número mínimo de evidências (duas a três) que suportem a posição escolhida, traçar uma linha entre essas evidências, e extrair conclusões. É como inferir a imagem de um puzzle de 1.000 peças a partir de apenas uma dúzia dessas peças.

É precisamente nessa linha que se encontram as recentes notícias publicadas pelas revistas "Visão" e "Sábado": notícias superficiais, que misturam alegações recentes com outras com 25 ou 50 anos, sem qualquer validação das fontes ou qualquer contraditório, que misturam o Colégio com os Pupilos, que usam frases e ilustrações sensacionalistas.

Felizmente que o jornalismo em Portugal não é todo assim, mas é ingrato ter que suportar estas acções sem ter os mesmos meios à disposição para responder.

quinta-feira, novembro 05, 2009

As Nossa Mães

Há geralmente uma coisa que "mexe" com qualquer homem que se preze, especialmente se tiver uma ligação aos meios rurais: um insulto à sua mãe. Quantas vezes ouvi falar em militares que se envolviam em rixas porque, no meio de uma "inofensiva" troca de insultos, alguém lhes chamava "filho da p***", e aí o caso mudava de figura, porque um insulto a si próprios ainda aguentavam, agora um à sua mãe é que não.

Isso é uma fraqueza. Um militar tem que aguentar situações de tensão, como acções de manutenção de paz em cenários bastante complexos, e não se pode "ir abaixo" porque alguém insultou a sua mãe, até porque é garantido que alguém o vai fazer.

No Colégio aprendia-se cedo a separar o texto do insulto do objecto do insulto. Se eu chamasse "filho da p***" a um camarada, não estava a insultar a mãe dele, que nem tinha o prazer de conhecer, estava a insultá-lo. Se ele não gostasse de ser insultado, que reagisse, mas não havia paciência para conversas do tipo "insultaste a minha mãezinha".

O que também se aprendia cedo era a desvalorizar os insultos e as palavras que os constituem. Nas primeiras semanas aprendiam-se todos os insultos que havia para aprender, insultos esses que, depois de muito usados, perdiam o "valor facial" e deixavam de ter a carga dramática que tinham cá fora. No Colégio, ninguém andava à pancada por causa de palavras; ninguém se sentia insultado com palavras. Às vezes, até havia alguns que ficavam com alcunhas que eram palavras usadas em insultos, e pediam aos camaradas "é pá, não me chamem isso lá fora, ok?".

Por isto, reagi com naturalidade ao documento com as letras obscenas que os alunos alegadamente cantavam sobre as mães, e que é uma das peças em que se baseia a "cruzada" que um jornalista da RTP está a fazer contra o Colégio. Para mim, é tão irrelevante como a letra que descreve o relacionamento entre o Calimero e a Abelha Maia, que eu tantas vezes "fui obrigado" a cantar na formatura, quando fiz a recruta na Força Aérea.

No Colégio, só é sensível a este tema quem não gosta de lá andar e quer sair. Para isso, basta escrever as letras num papel, mostrar em casa, e a mãe diz "malandros, obrigam o meu filho a cantar isto" e tira-o de lá. Objectivo atingido. Ou então quem faz asneira e, para se safar, se desculpa com as letras obscenas que o obrigam a cantar.

Percebo e respeito as pessoas que se sentem ofendidas pelas palavras, mas são só palavras, e cada pessoa, cada cultura e cada contexto dão às palavras um valor diferente. É como o valor da nudez em público para uma Irmã Carmelita ou para uma frequentadora da Praia do Meco. E nós, às palavras que geralmente constituem os insultos, não dávamos valor.

quarta-feira, novembro 04, 2009

A Violência de Sempre - Errata

Na página 72 da revista "Sábado", no artigo "A violência de sempre",

onde se lê...

"Naquela noite, já a meio do seu primeiro ano, João Oliveira Santos foi arrancado da cama, com outros 10 ou 15 colegas, e despido. Aguentou de pé, enquanto os mais velhos espalhavam tinta plástica - própria para pintar paredes exteriores - pelo seu corpo com uma trincha."

... deve ler-se...

"Naquela noite, a última do primeiro período escolar do seu segundo ano, João Oliveira Santos foi pintado, juntamente com centenas de outros colegas, como é tradição no Colégio Militar há décadas.

As pinturas são tradicionalmente feitas com guache dissolvido em água morna, para os alunos não acordarem (objectivo impossível de atingir devido à algazarra que se gera), com a eventual adição de pasta de dentes para aumentar a quantidade de tinta. No entanto, nesse ano, um pequeno grupo de graduados, por negligência ou estupidez, utilizou tinta plástica - própria para pintar paredes exteriores. Como resultado, houve alunos que tiveram que receber tratamento de enfermagem.

Os responsáveis foram identificados e punidos com expulsão ou desgraduação (perda de responsabilidade de comando dos alunos mais novos), e este incidente permaneceu como um caso isolado na longa história da tradição.
"

Podem ver-se fotografias das "Pinturas" de 1984/85 aqui, aqui, aqui e aqui. De referir ainda que o autor deste blog faz parte do curso do Antigo Aluno entrevistado para a "Sábado", ou seja, estava lá e viveu os acontecimentos.

domingo, novembro 01, 2009

A Cobardia (Parte I)

Detesto a cobardia.

Poucas coisas há que me revoltem mais do que alguém a abusar de uma posição de força para atacar alguém, seja entre dois miúdos no recreio da escola, entre dois jovens num bar, entre um superior e um subordinado no local de trabalho, entre elementos de um casal, entre o autor de uma carta ou de um blog anónimos e as pessoas a que se referem - seja como for, com quem for e em que circunstâncias for.

Para mim, cobardia não é a parte mais fraca fugir para evitar uma situação de confronto com a parte mais forte; cobardia é a parte mais forte provocar uma situação de confronto com a parte mais fraca precisamente porque a outra parte é mais fraca e não se consegue defender. E quando o mais fraco foge, porque é fraco mas não é estúpido, o cobarde acaba a chamar-lhe cobarde. É irónico.

O Colégio repudia e sempre repudiou a violência. Quando eu era aluno, uma situação em que um aluno abusasse de uma posição de força sobre outro era designada por "despotismo", o que para a Infopedia é (1) forma de governo absoluto e discricionário, em que o poder é exercido por alguém cuja vontade não é regulada por lei, (2) mando absoluto e arbitrário, (3) acção própria de um déspota e (4) prepotência. O autor do "despotismo" era chamado de "despotista", palavra que só existia na gíria colegial, e a sua conduta era reprimida a todos os níveis.

Alguns antigos alunos são acusados de, enquanto alunos, terem praticado actos de violência sobre colegas mais novos. O assunto está em segredo de justiça, e todas as pessoas são inocentes até o Tribunal os condenar (ou, se tiverem dinheiro e influência, até o Supremo Tribunal confirmar as decisões das instâncias inferiores), mas tudo isso parece ser irrelevante para os órgãos de comunicação social, que se "atiram ao Colégio" como lobos esfaimados.

Cobardia dos alunos mais velhos, dizem.

E o que dizer de quem:

1) Viola o segredo de justiça, publicando o que lhes interessa publicar.

2) Ataca entidades que respeitam o segredo de justiça, estando assim incapazes de utilizar os factos do processo para se defenderem das acusações.

3) Ouve opiniões das diversas teses em confronto, mas selecciona e publica apenas as que interessam para provar o seu ponto de vista.

4) Utiliza meios de grande alcance para divulgar a sua mensagem.

5) Em resumo, tira partido da sua força para atacar uma entidades que não tem acesso aos mesmos meios e que não usa os mesmos métodos à margem da lei.

O que dizer? Numa palavra: cobardia.

Alguns jornalistas e órgãos de comunicação social combatem a alegada cobardia de uma forma cobarde. Não lhes interessa ouvir as partes e dar uma visão imparcial dos acontecimentos, para que os destinatários decidam, o que lhes interessa é arranjar alegações que comprovem as suas teses os as dos grupos que apoiam, sejam partidos políticos, movimentos sociais, ou outros.

Eu próprio fui contactado por uma jornalista por causa deste blog, mas como as informações que lhe dei não comprovavam a teoria que queria demonstrar, nada foi publicado. Em contrapartida, um "vestígio de sangue" com 26 anos que se encontra no blog foi cuidadosamente hidratado e servido como fresco num "cocktail" que junta todas as alegações negativas que a jornalista conseguiu encontrar.

Felizmente que jornalista ainda não é sinónimo de cobarde, mas não seria má ideia que os jornalistas com princípios começassem a fazer alguma coisa pela defesa da imagem da classe.

Neste momento devíamos estar todos tranquilos à espera do fim dos processos para que se fizesse justiça e depois tirarmos as conclusões possíveis, mas alguma comunicação social regala-se num festim de alegações e julgamentos antecipados, e os alunos e a imagem do Colégio sofrem diariamente. Os alunos do Colégio têm um regulamento de justiça que os pune quando falham; quem pune os actos de cobardia dos jornalistas e dos órgãos de comunicação social?

Quanto tempo isto vai durar? Qual vai ser o preço a pagar?