terça-feira, outubro 21, 2014

Memórias do Baú CXXXIV - Os "Ratas" - O 2º Pelotão


Esta semana os "Ratas" de 1984/85 vão ao Colégio comemorar os 30 anos de entrada, por isso fui ao baú procurar memórias que ainda não tivessem sido publicadas.

Esta fotografia do 2º Pelotão foi tirada pelo 151-Barreiros, o eterno "baldas" à Parada, no mesmo dia da que foi publicada nas Memórias do Baú CXIX - A 1ª Companhia 1984/85.

A legenda nas costas diz: (da esquerda para a direita, fila a fila) 357, 439, 431, 499, 256, 420, 491, 278, 394, 462, 498, 495, 408, 363, 360, 488, 383, 494, 368, 269, 261, 257, 490, 427, 486, 432, 133, 397, 487, 307, 250, 489, 392, 493, 403, 461, 496, 404, 264 e 364 (clicar na imagem para ver uma versão com maior definição).

Felizmente vou tendo a oportunidade de ver alguns deles nos "3 de Março", mas há outros que já não vejo há muitos anos, e muitas vezes me pergunto o que será feito deles. Ficou uma ligação especial àqueles que eu sempre designei como "As Minhas Crianças".

sexta-feira, junho 13, 2014

O Ministério da Defesa Nacional Escolheu Fazer

O Ministério da Defesa Nacional escolheu fazer um vídeo intitulado "O Ministério da Defesa Nacional Escolheu Fazer".


Em tom irónico, o filme dirige-se aos que alegadamente criticam o Ministério por fazer reformas e confirma que sim, têm razão, o Ministério é culpado de fazer uma série de coisas, que são epicamente descritas, sem esquecer uma mensagem especial para certos "inimigos de estimação" do Ministro: "pela primeira vez há raparigas no Colégio Militar".


Até parece que estou a ver os autores do guião a escrevê-lo, os mesmos que trabalharam a campanha de um autarca a quem foi recentemente concedida a Medalha da Defesa Nacional por coisa nenhuma... o país é mesmo uma aldeia.

O filme, que podem ver neste link, é feito em estilo de campanha eleitoral, e não é de estranhar que tenha sido publicado em 19 de Maio, em plena campanha eleitoral para as eleições para o Parlamento Europeu.

Ou seja, em plena campanha eleitoral, o site do Governo e a conta do Governo no YouTube publicaram um filme em estilo de campanha eleitoral, pago com o dinheiro dos nossos impostos, destinado a sublimar a obra de um Ministro e a atacar os seus adversários. Porque é que nada disto me surpreende?

Naquilo que me interessa directamente, que é a alegada reforma dos Estabelecimentos Militares de Ensino, o filme esqueceu-se de referir o encerramento do Instituto de Odivelas, uma escola com um ensino de excelência e com 114 anos de história, sem sequer lhe dar uma hipótese de demonstrar a sua viabilidade. As raparigas que hoje frequentam o Colégio Militar não são as Meninas de Odivelas, são alunas que entraram directamente para o Colégio Militar; as Meninas de Odivelas e a educação ímpar da sua instituição foram declaradas extintas com um rabisco de uma das Montblancs do Ministro sem sequer terem uma oportunidade de se defenderem, e têm lutado na rua pela continuidade da sua instituição. E seria também interessante referir no filme a forma atabalhoada como o Colégio Militar está a ser obrigado a mudar radicalmente o seu modelo, mudanças que podem levar à sua destruição.

quinta-feira, março 06, 2014

A Destruição do Instituto de Odivelas


"You can wipe out an entire generation, you can burn their homes to the ground, and somehow they'll still find a way back; but if you destroy their history, you destroy their achievements, and it's as if they never existed. That's what Hitler wants, and is exactly what we're fighting for." (personagem desempenhada por George Clooney no filme "The Monuments Men").

O início do próximo ano lectivo determinará se o Instituto de Odivelas ficará reduzido a escombros ou a pó.

É no início do próximo ano lectivo que vamos perceber porque é que os pais puseram as filhas no Instituto de Odivelas, se foi para que as filhas usufruíssem das características de um modelo de educação com 114 anos de provas dadas, ou se foi para que elas tivessem uma farda e formaturas.

Se os pais puseram as filhas no Instituto de Odivelas pelo segundo motivo, então deixá-las-ão ir para o Colégio Militar, onde terão outro número, outra farda, outra cultura, e problemas de integração numa instituição que se salva da extinção imediata, mas cuja reacção à reestruturação decidida pelo Ministro da Defesa Nacional fará com que estas não se sintam bem-vindas. E terão ainda que acumular muitas milhas de autocarro, já que, perante a óbvia impossibilidade de ter em tempo útil um edifício para o internato feminino, e obstinado em manter aquilo que designa como uma "fusão", o Ministro da Defesa Nacional determinou que as alunas que queiram manter-se em regime de internato serão transportadas de autocarro para o Colégio Militar todas as manhãs, regressando ao fim do dia.

Se os pais puseram as filhas no Instituto de Odivelas para que estas usufruíssem das características de um modelo de educação com 114 anos de provas dadas, então irão certamente reconhecer que não há qualquer alternativa credível, e escolher outra escola onde as suas filhas prossigam os estudos, idealmente uma escola local onde as alunas possam manter o contacto.

Quantas alunas do Instituto de Odivelas se apresentarão no Colégio Militar no início do ano lectivo? E quantas chegarão ao fim? Seja qual for o número, o que é inequívoco é que a "fusão" do Instituto de Odivelas preconizada pelo Ministro da Defesa Nacional não passa de uma destruição pura e simples de um património centenário. Perdem as alunas, perdem os pais, e perde o País. O Ministro da Defesa Nacional esfrega as mãos de contente (porquê?), e o Primeiro-Ministro, a Assembleia da República e o Presidente da República "assobiam para o ar"...