A "Guerra das Turmas" (Parte II)
Continuação de A "Guerra das Turmas" (Parte I).
A estrutura das turmas manteve-se até ao 5º ano, com as habituais entradas e saídas dos que "chumbavam" e algumas raras mudanças de alunos de uma turma para outra, para equilibrar o número de alunos em cada turma.
Foi devido a um desses acertos (cujo critério nunca cheguei a perceber completamente) que tive a felicidade de viver por dentro esta diferença de culturas, uma vez que estive na Turma B no 1º e 2º anos e na Turma C do 3º ao 5º.
O choque da mudança foi enorme. Não só estava mais afastado das amizades mais fortes que tinha feito nos anos anteriores, como estava "entregue aos bichos", tendo percebido que a minha maior preocupação devia ser a de contribuir para "desenrascar" os "aflitos", e não a de tirar boas notas.
Na Turma B, os estudos e os trabalhos eram essencialmente feitos individualmente ou em grupos de dois; na Turma C, era tudo feito "em família", e os trabalhos dos melhores alunos circulavam pela turma para que todos os outros pudessem produzir as suas próprias "adaptações" a tempo da aula seguinte.
Passei a ter um conjunto de responsabilidades acrescidas durante os testes, pois tinha a "obrigação" de ir passando as resoluções dos exercícios a um conjunto de camaradas que estavam dependentes da minha ajuda para obter uma nota positiva.
Resultado: as minhas notas desceram, apanhei alguns "ataques de nervos" devido à dificuldade em me concentrar durante os testes com toda a gente a "bichanar", mas senti-me num ambiente "familiar", mais alinhado com aquilo que eu considerava o espírito colegial.
Continua em A "Guerra das Turmas" (Parte III).
4 comentários:
Chagas
Espero que tenhas tido boas férias.
Apesar de este ser o meu primeiro comentário, tenho seguido a construção do teu blog com interesse, e com esperança que continues a remexer no baú das recordações, apesar do pouco "feedback" que recebes. Acho que não é por falta de consultas mas sim por alguma perguiça que a malta não comenta...
Um abraço
210/85
Chagas,
Eu sempre estive na Turma C e concordo contigo - o espírito colegial, a camaradagem e o espírito de corpo constroem-se assim. Um abraço!
Chagas,
És fantástico! Já me fartei de rir.
Esta história do "Não sei, não tenho, não quero", de facto, "rings a bell", como dizem os Americanos... ;-)
Vinha do gajo que, podia não querer, mas provavelmente tinha e certamente que sabia.
Desde que saiu do Colégio, nunca mais o vi ou tive notícias dele. Talvez para os 50 anos de entrada... ;-)
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