sábado, abril 28, 2007

A Última Vítima do Grizzly (Parte II)

Continuação de A Última Vítima do Grizzly (Parte I).

O "David"

O "David" desta história é o 475/77, que cedo ganhou a alcunha de "chaminhas", pelo facto de andar sempre a brincar com fósforos.

Era, segundo o próprio, uma "paixão" anterior à entrada no Colégio: "Lembro-me de uma vez quando estava na 3ª ou 4ª classe, eu e outro miúdo nos termos escapulido à hora do almoço do colégio onde estávamos e de ter comprado uma caixa de fósforos numa banca que havia junto à estação de comboios de Mem-Martins, onde eu vivia."

O "chaminhas" tornou-se especialmente notado no Colégio pelo incidente que relatarei nesta série, um "marco" na sua relação com o fogo, mas que nem por isso lhe diminuiu o interesse pelo tema. Aliás, durante a primeira metade dos anos que passou no Colégio, o "chaminhas" podia ser encontrado praticamente todas as tardes no "Monte Sinai"(*) a fazer fogueiras.

"Agora me lembro de estar na 1ª, com todos formados no geral na formatura para o almoço e ser apanhado sentado no chão a tentar acender fósforos, raspando-os nos mosaicos do chão do geral (e dava para acender). Estava tão entretido naquilo que perdi completamente a noção de onde estava. Nem dei pelo graduado (que já não me lembro quem era) se ter aproximado de mim e ter parado ao meu lado, estupefacto com o que estava a ver. Se bem me lembro nem sequer fui castigado." O graduado (128/71, "Nhó-nhó") lembra-se... e acrescentou que a história acabou com o "prevaricador" pendurado pelos pés sobre a latrina, com a ameaça de que a reincidência levaria ao "mergulho"...

Um toque de ironia do destino: coube ao "chaminhas" a honra de inaugurar a chama dos 175 anos do Colégio, então colocada na Parada do Corpo de Alunos.


Continua em A Última Vítima do Grizzly (Parte III).

----------------

(*) "Monte Sinai": formação geológica situada a N do campo de futebol, e que apareceu como resultado da acumulação das terras tiradas para a construção do Pavilhão de Ciências.

2 comentários:

Anónimo disse...

"O graduado (128/71, "Nhó-nhó") lembra-se... e acrescentou que a história acabou com o "prevaricador" pendurado pelos pés sobre a latrina, com a ameaça de que a reincidência levaria ao "mergulho"..."

Que giro! É um espetáculo ir completando a história desta maneira. Já não me lembrava.

Chagas, és melhor jornalista do que muitos dos pseudo-profissionais da nossa praça que nos brindam diáriamente com reportagens medíocres de qualidade infinitamente inferior aos teus posts aqui no blog.

Um grande abraço.

Anónimo disse...

Olá Chagas,

o Chaminhas é bombeiro? uma delícia esta história, por acaso o Chaminhas é daquelas personagens colegiais que sempre me despertou curiosidade...a origem da alcunha dele foi sempre um mistérios para mim. para quem como eu acredita no destino, realmente é ironia e requinte de malvadez do destino o Chaminhas ser brindado com o acender da chama colegial. lindo episódio!
um abraço.

Bicudo 138/83