A "Guerra das Turmas" (Parte IV)
Continuação de A "Guerra das Turmas" (Parte III).
A Explicação
Como explicar as características tão diferentes em termos de aproveitamento e comportamento entre três turmas definidas com base em critérios administrativos?
Comecemos pela Turma A. A Turma A era... - como dizê-lo?... - a turma dos gajos que escolheram Francês. Já na altura ninguém no seu perfeito juízo escolhia Francês, e os resultados estão à vista...;-)
Concentremo-nos então na diferença entre as Turmas B e C.
Quem escolhia os números para os filhos? Alguém que tinha ligação ao Colégio - ex-alunos, oficiais, professores -, alguém que queria que o filho tivesse o número de um ex-aluno ilustre, ou um oficial de alta patente a quem o Colégio sugeria essa possibilidade. Em qualquer dos casos, e porque o contingente do Batalhão Colegial esteve em crescimento até meio da década de 70, havia grande probabilidade de o número escolhido ser um número baixo.
A Turma B tinha, assim, uma maior percentagem de filhos de pessoas com maior ligação ao Colégio e/ou com maiores expectativas face ao mesmo.
Os alunos da Turma B não seriam, em termos estatísticos, melhores ou piores do que os da Turma C; tinham, no entanto, uma maior necessidade de corresponder às expectativas dos pais, o que tinha consequências ao nível do comportamento e da atitude face à aprendizagem (atenção nas aulas), com implicações ao nível do aproveitamento escolar.
Com o passar dos anos as diferenças foram-se esbatendo, até que o 5º ano mostrou a verdadeira relação de capacidades entre as turmas... ;-)
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