L. A. C. - Liga Anti-Cavalo (Parte II)
Continuação de L. A. C. - Liga Anti-Cavalo (Parte I).
No 7° ano, a aula semanal de equitação era à quarta-feira ao último tempo da manhã (naquela altura não havia aulas à tarde).
Eu normalmente começava a tremer na terça-feira ao jantar. Não era nada que eu conseguisse controlar, simplesmente acontecia. Depois do jantar, ia pedir as botas de montar emprestadas, e aquele cheirinho a cavalo permitia-me antecipar as sensações do dia seguinte...
Quarta-feira. Alvorada. É hoje!...
Antes da aula de equitação havia uma aula de Matemática, na qual era difícil manter a concentração. No fim, havia uma rápida ida à casa de banho para esvaziar a bexiga. Depois era o "passeio" até ao picadeiro. Ao chegar, nova ida à casa de banho - afinal a bexiga ainda não estava bem vazia...
Antes de formar, impunha-se uma passagem rápida pelas traseiras do picadeiro, para avaliar os "adversários". Que cavalos é que vieram? Quais é que ainda não foram rodados esta semana? Quais é que estão especialmente nervosos hoje?
Aqui é que as coisas começavam a correr muito mal para alguns "valentes"... É que havia entre a malta um acordo implícito que reservava alguns cavalos para alguns cavaleiros, e quando um desses cavalos faltava, era o pânico! O cavaleiro entrava num frenesim em que não sabia se havia de tentar roubar um dos cavalos "reservados" para um camarada, ou se havia de ficar para as "sobras", cujas "manhas" não conhecia.
Pela minha parte, especializei-me nas "sobras", e fiquei ocasionalmente com um ou outro dos "reservados", quando o respectivo cavaleiro faltava.
Quem estava sempre lixado era o Chefe de Turma (207 - Santos), que tinha que ir ao gabinete do Dores dizer quem faltava, e ficava com as "sobras das sobras". Parece-me que o estou a ver a entrar e a avançar resignado para a sua "montada"... Pelo menos, não tinha a angústia da escolha!
Continua em L. A. C. - Liga Anti-Cavalo (Parte III).
2 comentários:
No meu terceiro ano, calharam-me as incumbências de Chefe de Turma (Nem me dava a trabalho de negociar cavalos com os camaradas, pois ficava sempre com as sobras das sobras).
Tal como tu, especializei-me na Chica, no Ulano (acho q era este o seu nome) e outros cavalos de crina crispada.
As minhas aulas nunca foram monótonas! Enquanto os demais trotavam junto à teia eu passava as aulas a galopar em círculos no centro do picadeiro. Agitava os sucos gástricos pós reforço matinal com valentes cangochas da Chica, que detestava que lhe tocassem na garupa. O Pimbo tinha o mau hábito de morder a garupa do cavalo da frente e adivinha lá onde é que a Chica gostava de se posicionar (fruto de algum fetiche equídeo que só eles conhecem)....
Tenho excelentes recordações dessas aulas, obrigado por refrescares essas memórias das aulas de Equitas!
Nunca consegui perceber como é que a malta conseguia distinguir os mamíferos equidieos uns dos outros para os escolher. Especialmente quando tinham as mesmas cores...
De resto, o verdadeiro aluno do CM montava qualquer animal (irracional) selvagem sem vacilar. Aliás, quem aguentava as firmezas do 1 não temia a prática de um nobre desporto olímpico!
Estava a ver que não aparecia neste pasquim!!!
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