quinta-feira, março 16, 2006

No Banco de Trás

A Abertura ao Externato

Seguimos durante muitos anos pela mesma estrada, partindo da mesma origem e chegando ao mesmo destino.

Ao longo do tempo, fomos verificando mudanças na paisagem, e fomos percebendo que se estavam a construir outros destinos mais valorizados pela sociedade, ainda que aparentemente menos interessantes do que o nosso; continuámos.

Se tivessemos decidido mudar, teríamos tido a possibilidade de escolher como, quando e por onde mudar, e teríamos escolhido o melhor compromisso entre o destino a que rumámos até hoje e aquele a que esperam que rumemos no futuro. É o privilégio de quem vai ao volante.

Pedimos tempo, aparentemente para trabalhar melhor a argumentação de que o nosso destino é que é bom.

Agora fomos passados para o banco de trás (*). Provavelmente, em vez de percebermos como é que criamos condições para passar rapidamente para o banco da frente, vamos ficar cá atrás a gritar "não, não, por aí não!".

Neste momento já não estamos a seguir a nossa estratégia, mas sim a dos outros ou, pior, (quase garantidamente) nenhuma.

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(*) Podes ver a notícia sobre a abertura do Colégio Militar ao externato aqui e aqui.

3 comentários:

Anónimo disse...

«../.. Neste momento já não estamos a seguir a nossa estratégia, mas sim a dos outros ou, pior, (quase garantidamente) nenhuma.»

Sábias palavras Chagas...

1abraço
Godinho, 46/71

PS: a última reforma (oficial) do CM foi nos anos 40, pela mão do então «MDN» Santos Costa...

Anónimo disse...

Mas porque é que o CM tem de ficar parado no tempo? Mas porque é que as fardas tiveram de ficar paradas no séc. 19? O que dantes era uma farda igual à do exército, hoje é material para o nuno markl gozar com ele. Já alguém fez um estudo de aceitação das fardas junto dos potenciais futuros vestidores? (ex-alunos com amor à farda, não respondam, as vossas respostas são enviezadas). E em relação à reforma de 40, alguém se lembra do que ela reformou? Foi mau ou primeiro entranha-se e depois estranha-se? E as reformas anteriores a essa? E, já que estamos no meio militar, que coisa é esta de querer "negociar" as ordens hierárquicas? O CM tem um dono, o dono manda. Sendo o dono militar, não percebo sequer que possa haver discussão pública. Isto não é o Colégio tipo Militar (como o queijo tipo Serra), isto é o Colégio MILITAR.

Anónimo disse...

O que está feito, está feito. O melhor é aproveitar a deixa, aprender alguma coisa, olhar para o futuro com confiança e procurar levar as coisas para a frente com um espírito positivo.
A mudança é inevitável, é apenas uma questão de tempo. Os "Velhos do Restelo" têm uma grande dificuldade em aceitar a mudança, mas lembrando a fábula do junco e do carvalho, mais vale manter alguma flexibilidade e persistir do que tombar cheio de imponência (ou de razão, se preferirem)...
Quem quiser manter os olhos e o espírito aberto, há-de encontrar o caminho certo, mesmo na (aparente) adversidade.
Força Chagas!