domingo, setembro 10, 2006

No Divã da "Enferma": O Botão Encarnado

Estávamos no início do ano lectivo, quando o curso se reuniu pela primeira vez para analisar um tema em relação ao qual se impunha a decisão de premir ou não o botão encarnado.

Durante a análise da situação, ficou claro que havia diferentes níveis de domínio da informação por parte dos elementos do curso - alguns (entre um terço e metade) pareciam ter toda a informação, enquanto outros estavam completamente "a leste". Não dei muita importância a este facto na altura, mas viria a entendê-lo mais tarde.

Após diversas intervenções, havia decisões para tomar. Íamos premir o botão? Se sim, íamos premí-lo de imediato ou esperar algum tempo?

Após a votação, ficou decidido que íamos premir o botão, mas que, face às consequências, só o íamos premir mais tarde (o timing ficou definido). Estavamos (aparentemente) a funcionar como curso.

No dia seguinte, o botão foi premido.

Nunca chegámos a fazer uma reunião para perceber como é que uma decisão que tomámos como curso foi "torpedeada". Ouvi dizer que o botão "se tinha premido", ou que tinha sido premido por desconhecidos, mas a explicação mais plausível apontava para alguns "papagaios de pirata"(*) que, não contentes com o resultado da votação, resolveram agir. Aparentemente a reunião destinava-se a legitimar uma decisão que já estava tomada, só que não correu exactamente como os organizadores previram.

As minhas expectativas face ao trabalho que podíamos fazer enquanto curso acabaram nesse dia. Não foi por causa do botão encarnado ou da decisão tomada, mas sim por perceber que qualquer processo de decisão do curso seria uma "palhaçada": ou legitimávamos a decisão da "facção dominante", ou então a decisão "ia para o penico".

Foi mau? Nem por isso. O que é mau é estar num jogo do qual não se conhecem as regras. E aprendi que só levo um tema a discussão e votação se acho que vou ganhar, e que tenho que arranjar uma forma de adiar a votação "para reflexão" quando, a meio da discussão, percebo que afinal posso não ganhar.

----------------------

(*) Estão sempre no ombro do pirata, a falar-lhe ao ouvido. Quando o pirata fala, não é claro de quem é a opinião/decisão.

35 comentários:

paraquedista disse...

Entendi perfeitamente a moral da história, e todas as metáforas lá pelo meio, mas não percebi isto:
O "botão vermelho" é apenas uma metáfora sobre qualquer assunto que o teu curso discutiu ou é outra coisa qualquer? Se é outra metáfora, fico esclarecido. Se é outra coisa qualquer, gostava que me explicasses, pode ser?

Obrigado

Pedro Chagas disse...

O botão encarnado representa uma acção concreta sobre um tema concreto que o meu curso analisou. É um botão encarnado porque, nos filmes, as acções mais importantes são sempre desencadeadas premindo botões encarnados... ;-)

Foi uma forma que arranjei de me referir à situação sem ter que a caracterizar - mesmo que tivesse o direito e a vontade de o fazer, este não seria o fórum adequado.

Certamente que o teu curso também teve botões encarnados para premir - acontece a todos... - é só fazer o paralelo.

paraquedista disse...

"Compreendi-te" como diria o Vasco Santana.

Anónimo disse...

Tens a minha autorização para publicar aqui a parte do discurso (que fizemos a meias e que eu li na biblioteca aquando do reencontro do curso em 2002) que se refere a este assunto.
Já agora porque não contas a triste história do Alvin?

Pedro Chagas disse...

Sinceramente, não me lembro bem dos detalhes da história do Alvin.

Talvez o meu cérebro, por sentimento de culpa ou por horror, tenha decidido esquecer o que se passou. Ou talvez porque os acontecimentos do último ano, devido à diferença proporcionada pela experiência de ser graduado, tenham "esmagado" muitas das memórias anteriores.

jags, sei que viveste esses acontecimentos com uma grande intensidade, em papéis muito mais destacados do que simplesmente o de "vizinho" de camarata, e por isso esta "antena" é tua para abordares o tema, com "honras de 1º página", e não simplesmente num comentário "perdido" no meio do "blog".

Anónimo disse...

Não é fácil, my friend, não é nada fácil... mexe com coisas muito feias que pura e simplesmente não deveriam existir, quanto mais acontecer.

Sei o que passaste Fózi, "incrédulo e apavorado", agora imagina o Alvin... como é que foi possível???

Pedro Chagas disse...

De todos os brilhantes comentários do jags (este homem sim, devia ter um "blog"), o deste "post" onde ele abordou o "caso Alvin" impressionou-me particularmente pelos factos e pela forma como foram apresentados.

Quem achava que a violência desproporcionada apenas existia nos filmes do Tarantino, terá ficado a saber que também existiu algures para os lados da Luz.

Acho que temos que fazer alguma luz sobre estes processos, não propriamente para perseguir os carrascos, mas para fazer justiça às vítimas. Se bem que, e pegando no que diz o jags, a maior parte das vítimas está-se nas tintas para a justiça e, já agora, para nós também.

Pedro Chagas disse...

Para além da minha participação nos "eventos colectivos" do "caso Alvin", a minha participação "a solo" limitou-se a um interrogatório "como nos filmes", com um candeeiro com uma lâmpada forte apontado à cara.

O interrogatório era conduzido pelo Ruminante (designação fictícia) e estava presente, entre outros, o Um-dos-40-do-Ali-Babá (outra designação fictícia).

Ninguém me bateu, ou porque perceberam rapidamente que eu não sabia nada, ou porque não tinham nada de visceral contra mim ou, simplesmente, porque ainda não tinham bebido o suficiente.

No fim, fizeram-me uma pergunta inesperada: "Quem é que achas que foi?"

Fiquei a olhar para eles com cara de parvo. Já sabiam que eu não sabia de nada, e por isso queriam o quê? O meu "feeling"? Ou simplesmente alguma justificação para abrirem um novo ramo da investigação e "chocalharem mais alguma árvore para ver se caía fruta"?

Como eu fiquei calado durante uma eternidade, o Ruminante insistiu comigo, tranquilizando-me: "Podes falar à vontade, porque não te vai acontecer nada".

Perante um convite destes, quem é que podia resistir? ;-) Disse-lhe que suspeitava do Um-dos-40-do-Ali-Babá. Pelos vistos não era o único, porque o jovem já tinha ensaiado o discurso da sua defesa, e "declamou-mo", com ar indignado.

"Achas que eu era capaz de vou fazer passar por isto se fosse o culpado?". Nem respondi, mas presumo que os 100W na minha cara lhes permitiram ver o que eu achava.

Pedro Chagas disse...

Não imaginava o "Sturnus Vulgaris" envolvido nisto, mas sim a estudar ou a dormir as 8 horas que os livros recomendavam...

Pedro Chagas disse...

Quando chamei a esta série "No Divã da Enferma", estava longe de imaginar que ia despertar este tipo de memórias - mas ainda bem que as despertei.

Assumo que a totalidade dos visitantes deste "blog", ou pelo menos dos que se dão ao trabalho de "escavar" até às páginas secundárias, são ex-alunos do Colégio ou pessoas com alguma ligação ao Colégio. Se são apenas visitantes distraídos, é importante que saibam que tudo o que os escandaliza também nos escandaliza.

Tenho que reconhecer que, na época em que frequentei o Colégio, havia momentos de “paranóia colectiva” em que se ultrapassavam todas as marcas e se praticavam actos de violência em nome da Justiça. Sou mesmo capaz de afirmar que, sempre que se praticavam actos de violência, era em nome da Justiça.

Essa “paranóia colectiva”, com interrogatórios e castigos individuais e colectivos, surgia normalmente associada a dois temas: suspeitas de práticas homossexuais e suspeitas de furtos. Nessas alturas, os graduados mais equilibrados eram frequentemente ultrapassados pelos mais “primários”, e o resultado era geralmente um processo patético, que daria para muitas gargalhadas, não fosse o facto de ser geralmente bastante violento e marcar de forma terminal alguns camaradas, que acabavam por sair, quer fosse de imediato, quer fosse no fim do ano. Felizmente que estas situações eram muito excepcionais (mas vão lá explicar isto a quem as viveu…).

O jags conseguiu passar por uma dessas situações e seguir até ao fim. Que eu me lembre, foi o único. E não foi certamente só por o pai o “mandar para as obras” se saísse que ele decidiu continuar no Colégio.

Pela informação que tenho obtido (“blogs”, contactos pessoais, etc), o Colégio já eliminou por completo estas práticas. Ainda bem.

Pedro Chagas disse...

jags,

a "comunidade" quer saber:

1) Porque é que um jovem pacato como tu, que não incomodava ninguém e até era da classe especial (uma das elites), de repente aparece associado a isto? Só por ser "vizinho de cama" do outro suspeito? E porque é que o outro suspeito era suspeito?

2) O que é que aconteceu (no sentido lato...) no "façam o que quiserem deles"? Não me lembro de nada, mas tenho a sensação de que me vou arrepender de ter perguntado.

3) Qual era a marca do Whisky? ;-)

Pedro Chagas disse...

E as tuas aventuras como super-herói ("pija-man") não terão também contribuído para te tornar num "suspeitável"? ;-)

Quanto às minhas punições - tive 3! Estás a perder a memória... ;-) - , acho que algumas delas darão bons "posts" em tempo oportuno...

Pedro Chagas disse...

"Inseparável" é a expressão que me estava a faltar... ;-)

Anónimo disse...

Caro Chagas e demais participantes nos comentários deste distinto blogue! Talvez agora percebam, a razão do crescente número de hits vindos da Suécia e do que eu tive que pensar para me decidir a escrever algo(Chagas estou impressionado com o teu Sueco, levou-me a mim 6 meses de aulas para chegar ao teu nível)!
Fala-se aqui do meu curso! E os nomes adoptados são bastante sugestivos para bom entendedor. Tenho vergonha? Tenho! Porque se calhar devia ter sabido e devia ter feito alguma coisa e não fiz reconhecendo agora que devo ter vivido num mundo paralelo em 83 demasiado preocupado com outras coisas mundanas. Obrigado a quem ainda que inconscientemente, tenha feito luz sobre algo que agora para mim faz mais sentido. Como o alheamento do s...vulgaris, em tempos grande camarada meu.
Agora neste fim-de-semana pensarei seriamente em fechar para sempre o meu blogue colegial. Os posts que tinha para publicar já não me fazem sentido!

Um grande abraco a todos!

Freitas (15/75)

PS: Para os mais esquecidos o ladrao era o Preto-355 (nao me lembro do apelido) e foi a mim que ele roubou 100USD na viagem de curso. Passamos a vergonha de ter que formar na parada da Legiao Estrangeira em Nice para uma eminente revista "a nu" pelo Cor Bivar, nao fosse o dinheiro aparecer milagrosamente na cadeira do 135-Jeronimo (pelos vistos era o seu "mudus operandi")

Pedro Chagas disse...

Fechar o "blog"? Nem penses! Levavas já a cama "ao poço".

Não vamos generalizar, nem desistir perante a imagem de uma minoria que não representa os nossos valores.

Anónimo disse...

Qual é a minoria que menos representa os "valores" do CM? A que "rouba" e "tortura" (os termos não são meus), ou a que denuncia isso publicamente para poupar dois tostões do divã do psiquiatra?

E que dizer do desrespeito pelo "aviso" do vosso chefe de curso (que o é por inerência de graduação, não é?) para pararem com estas chibagens? Quando ele próprio diz que se lesse estas coisas ficava com dúvidas de pôr lá os filhos...

Mas não seria o 1º, já que os "nobres" deste país não deixaram o nosso "rei" matricular o "D." Dinizinho no CM... devem ter lido este blog e parece que nos jesuítas, para onde mandaram o pirrolhito, não há garrafas de uísque nem vergastadas nem chagas (de cristo, pois claro)...

Anónimo disse...

Olha, um anónimo...
Já que quer ser anónimo e leu com tanta atenção as coisas que eu escrevi, vou ajudá-lo na interpretação do meu português.

Está pronto? OK, então puxe esta caixa de comentários para cima e leia o quarto comentário: "Bicos said..."

Percebeu? Se sim não ponha na minha boca coisas que eu não disse e que se me conhecesse saberia que eu nunca iria dizer. Se não percebeu escolha outro personagem para interpretar e distorcer o que se disse.

Só não o mando para um sítio porque este blog não é meu.

Anónimo disse...

Não resisto...

Anónimo, vai para a puta que te pariu.

Pedro Chagas disse...

anonymous,

já há muito tempo que não tinhamos anónimos nesta lista, e eu faço-te o mesmo pedido que fiz ao(s) anterior(es): arranja uma identificação qualquer que nos permita relacionar as tuas diversas opiniões (supondo que vais dar mais).

Respeito as opiniões de todos, mesmo dos anónimos, porque sei que às vezes não é fácil "dar a cara". É preciso ter muita coragem para assumir algumas coisas que aconteceram no passado.

Não fico, naturalmente, satisfeito quando alguém refere números e nomes. Acho que seria preferível ficarmo-nos pelas "designações fictícias" que permitem a quem lá esteve na altura lembrar-se, mas não diz nada às restantes pessoas.

Quanto ao conteúdo: (1) não acho que isto sejam "chibagens"; (2) o D. Duarte e a sua esposa têm todo o direito de escolher em que escola querem educar os filhos; (3) "chefe de curso" é hoje uma expressão com carácter meramente representativo. Hoje a opinião do meu "chefe de curso" vale tanto e merece-me tanto respeito como a de qualquer outro camarada; temos tido algumas divergências saudáveis sobre questões do passado, com uma grande virtude: não são anónimas.

Anónimo disse...

em relação ao filho do rei, posso vos assegurar que o puto não foi para o CM porque os pais estão com medo que ele falhe, pois acham que ele não está preparado,mas para o próximo há uma forte possibilidade de ele entrar , mas quanto ao seu segundo filho não têm duvidas de que ele vai para lá.
Quantos aos casos revelados aqui, revelam aquela cobardia e hipocrisia que se viveu durante muito tempo, mas felizmente posso vos assegurar já não são bem assim. Fui graduado em 2004-2005, e os métodos mudaram, essas torturas já não fazem sentido, num colégio onde os graduados para exigirem têm k dar o exemplo, e onde existe formas mais inteligentes de castigar do que a violência, onde os graduados são realmente irmãos mais-velhos, penso que um gajo que enfia com uma garrafa noutro miúdo mais novo não é seu irmão mais-velho. Fui graduado da 3ªcompanhia, e para obrigar os miúdos a fazer determinada coisa tinha k ser eu o primeiro a fazer essa mesma coisa, não era através das duas estrelas k tinha k obrigava os putos a chegar a tempo ás formaturas, mas sim através do facto de eu também lá estar a tempo á frente deles, o meu curso sempre levou muito assério estas questões do exemplo e da proibição da violÊncia e por isso é k conseguimos acabar com estas hipocrisias e cobardias que forma relatadas pelo jags. APAREÇAM NO BAR DA ASSOCIAÇÃO DE ANTIGOS ALUNOS , E AÍ PODEMOS TER GRANDES CONVERSAS SOBRE ESTES TEMAS, DIGAM UM DIA PARA SE COMBINAR, ACHO QUE SERIA SERIA MUITO INTERESSANTE. FICA O APELO!
UM FORTE ZACATRAZ

Anónimo disse...

Camaradas

Escrevo com a alma dorida, mas com a convicção de que os grandes males do CM, que certamente terão penalizado muitos jovens, continuam ainda a ser largamente suplantados pelo que de bom foi sendo oferecido a tantas gerações.

Sou daqueles que todos os dias obedece à imposição social de usar gravata. Mas, no desconforto, há sempre algo de positivo. O fato que visto permite-me transportar, SEMPRE, uma barretina na lapela, que ostento com o orgulho de ter sido um Menino da Luz.

Confesso que a minha memória não é tão boa como a de alguns camaradas que registam ainda, com enorme clareza, episódios e referências pessoais do seu tempo. A memória é também selectiva e certamente a vivência de situações traumáticas justifica que não se esqueçam ... ou então que se releguem para as profundidades do subconsciente.

Eu também apanhei injustamente, outras vezes com a legitimidade da culpa ....
Éramos miúdos a crescer.
TODOS!
A humanidade produz indivíduos medíocres com regularidade, mas são as sociedades que permitem a sua maior ou menor capacidade de fazer sofrer os restantes. E pontualmente registam-se derrotas relevantes que a todos envergonham.

Experimentei muitos sentimentos no CM.
Trago-os todos comigo, mas felizmente valorizo muito mais aqueles que me levam a colocar a barretina na lapela do fato.

Não se pode de esperar que seja assim com todos.

A brutalidade descrita nos factos relatados é de uma dimensão ... esmagadora. Factos do meu tempo e que eu não tive, na altura, a adequada capacidade de perceber...

Certamente ainda mais dolorosos para quem os viveu na 1ª pessoa e que terão condicionado, irreversivelmente, a sua imagem da Instituição. São as experiências pessoais, que incluem também tudo a que assistimos (na forma como as percebemos), que moldam a opinião.

Continuo a valorizar o CM, não obstante os relatos de alguns camaradas a quem o infortúnio colocou pela frente gente menos recomendável, em proporções desajustados por ocorrências infelizes.

Mas o CM não pode ser classificado pelas suas desgraças escondidas.

Falou-se em cobardia e violência.
E a solidariedade, camaradagem, espírito de corpo ...?
Eu vivi isto tudo e não encontrei, “cá fora, na sociedade civil”, nada que de perto se assemelhasse. Infelizmente.

O CM não é o que está relatado!
Infelizmente faz parte dos capítulos negros da sua história, mas não aceito que se identifique a Instituição com os seus episódios mais infelizes, que certamente serão muitos ao longo de mais de 200 anos.

Aos maltratados pelo CM, não posso deixar de dizer que lamento a vossa experiência pessoal .
Podia ter sido eu e se calhar não usaria a barretina.

... mas não é essa a memória que transporto. Nem o feed-back de tantos outros camaradas que por aí passaram e de outros que se cruzam comigo na rua, com uma barretina no casaco.

E permitam-me concluir com uma última referência.
Por maior respeito e solidariedade que mereçam as vítimas envolvidas nas crueldades descritas, o CM também merece o respeito de uma Instituição centenária que continua a estar associada à promoção de valores de excelência humana.

Não se deixem tentar pela proposta de descrédito do CM, através da sua identificação exclusiva com situações que envergonham qualquer ser humano.

Repito.
O CM não é apenas isso e não merece.

Felizmente!

Abraço colegial
Nuno Monge (101 – curso 74/81)

Pedro Chagas disse...

Cuidado com afirmações do tipo "posso-vos assegurar que o puto não foi para o CM porque os pais estão com medo que ele falhe".

Uma afirmação certamente bem intencionada, mas que pode ser tão "complicada" para um aluno (ou candidato) como um vasilhame de Highland Clan... ;-)

Anónimo disse...

Se as minhas contas estão certas o vosso curso foi graduado no meu 3º ano - um ano para esquecer.

Se as minhas contas estão certas, nestes vossos desabafos estão encontradas as razões para tantas anormalidades que se passaram na 2ªComp. naquele ano.

Se as minhas contas estão estão certas o animal a quem nunca perdoei as cargas de pancada que gratuitamente me deu é do vosso curso.

Se as minhas contas estão certas é do vosso curso o animal com quem um ajustarei umas contas com mais de 2 décadas de juros, creio que actualmente a nossa diferença de 5/6 anos de idade já não desiquilíbra a balança.

Exceptuando o que acima escrevi e se o tempo voltasse atrás tornaria ao CM sem qualquer dúvida.
Espero quando chegar a vez do meu filho ter capacidade financeira suficiente para lhe poder facultar a possibilidade de também ser um Menino da Luz.

Nuno Assunção
ex-78 / Biganga

Pedro Chagas disse...

Biganga,

o nosso curso foi graduado em 1984/85. Agora, como diria o Guterres, "é fazer as contas". Podes também ver a fotografia dos graduados do curso (procura no índice).

Custa-me imaginar um camarada meu graduado da 2ª a dar gratuitamente cargas de porrada, mas enfim, tudo é possível.

É certo que estes incidentes nos marcaram, como marcaram tantas outras coisas positivas e negativas, mas daí a considerá-los a origem de quaisquer anormalidades vai alguma distância.

Anónimo disse...

Nunca passei por algo tão grave!!!Felizmente!
Mesmo assim, sinto algo de parecido nas razões que me levaram a abandonar o CM e durante alguns anos estar de costas voltadas...
...há já muito que não estou!!!
Mas custa-me lembrar-me de 1 filho da puta que me roubou uns botões de punho que nunca mais vi, era graduado e eu confiei nele!...
...fui roubado e de nada serviu ao fim de tanto(2 meses) esperar fazer queixa ao comandandte da 1ª, pois ele (o ladrão)reprovou o acto desesperado que tive e fez-me a vida negra no ano seguinte pois reprovou e deu mais um ano do seu sabor ao meu curso pois passou da 1ªC. para a 2ªC. - espero que tenhas sofrido bem até hoje - mas não foi só a mim...
... e nas firmezas!!!!, além de tudo o que elas custam, ainda nos agredia por trás...murros, palmadas e pontaés!!! filho da puta! é o pouco que te posso chamar...
...o que me faz de bem o CM?, tanto lhe devo: amigos! amizades! valores! formação! educação! ser diferente em muita coisa! e muito mais!!!
foi deste modo que me comecei a afastar do CM, no 2º ano, mas ainda não sabia disso...
...o 3º ano foi complicado, mas os bons graduados ajudaram!
...no 4º ano tudo se perdeu!!!começaram os problemas e se calhar(?)os menos bos graduados não ajudaram e em vez de me aproximarem do CM fizeram com que eu ficasse cada vez mais longe...
...foi pena e eu escolhi um caminho que hoje não seguiria...a saída do CM!!!
mas não esqueço os homens a quem devo o bom (e o mau do CM), mas foram mais os bons(graduados)!!!
...só que os maus pesaram mais...infelizmente!
não descrevo o 4º ano de tortura que passei...foi demais para mim...se fui fraco? bem os outro ficaram...bem mas os outro não foram tão atingidos...se sou vítima? não, considero que fui rifado e o número a sair foi o meu!!!!
hoje estou com o meu curso sempre que posso, e ainda bem, jantamos todas as 1as 6as feiras de cada mês e só sei que perdi algo que nunca mais vou recuperar...
mas não perco nada mais!
casei, formei-me, sou licenciado, não posso usar o simbolo na lapela, pois o equipamento não ajuda, tenho dois filhos, lindos que amo e que vou ajudar a crescer e a sua educação que eu vou acompanhar terá dedo da formação que eu tenho e que o CM me deu!!!
nem todos os que não chegam ao fim são ruins!!!!!!!!! e sem valor!!!!!!!!! pois há muitos que chegam a graduados e nem o ar que respiram merecem!!!
ainda bem que o CM nalguns pontos mudou, bom para os que lá passaram depois de mim!
um abraço e um grande e eterno Zacatraz para todos do Raizes ex-255 de 1985, sucessor imediato do Capela

Pedro Chagas disse...

Lembro-me de irmos numa "Berliet" para a Carregueira, e cada um inventava a sua versão da "Ó Susana...".

O Capela estava todo animado, até que eu inventei a quadra:

"Ó Susana,
Não chores outra vez,
Que é desta que o Capela
Conta a piada da G-3"

Por acaso (ou talvez não...) ele estava numa ponta e eu estava noutra, porque senão eu tinha levado com uma G-3 nos cornos... ;-)

Também foi dessa viagem a quadra dedicada ao Májó Fernandes:

"Ó Susana,
Não faça essa careta
Que eu vou prá Carreguêra
Nem que chova picareta"

Uma homenagem ao dia em que o homem disse que íamos fazer uma marcha "nem que chova picareta". Acabámos por não fazer.

Já agora, quando íamos nas traseiras das "Berliets" e algum carro parava atrás de nós, faziamos um ar perdido e perguntavamos-lhes para onde era o Líbano (acho que era a guerra que "estava a dar" na altura).

Pedro Chagas disse...

Isto é incrível!! Dois comentários escritos com o mesmo tema, as mesmas quadras, à mesma hora!!

isto é que transmissão de pensamentos...

Anónimo disse...

Não queria estar aqui a ressuscitar a discussão mas, apesar de ser um leitor diário do blogue,não me apercebi dos comentários que o texto provocou.Só agora, com o mail a sugerir a visita bimensal,me pude aperceber da situação e ler todos os comentários.

Não são para mim novidade esse tipo de situações, não que as tenha vivido directamente, mas porque sempre ouvi histórias que relatavam casos como este.Ao longo dos 8 anos de Colégio, tive no meu curso vários casos "graves", daqueles que dão direito a interrogatório na sala,em privado.Contudo,nunca um interrogatório ou uma firmeza privada foram conduzidos com violência comparável com a da situação descrita. Existia muita pressão psicológica,muitos berros,muito barulho,alguns 45º mais fortes,uns abanões, mas nada que me leve a, passados tantos anos, querer vingar-me de um graduado, ou sequer lembrar-me dele por essa situação.

O Colégio mudou,ainda que possam continuar a haver excessos, mas esta é uma consequência da juventude dos próprios alunos.Fui graduado em Comandante de Companhia com 16 anos.É de esperar que, com esta idade, não sejam cometidos excessos, que não nos venhamos a arrepender de determinados comportamentos? Mas é este o modelo do Colégio, e traz com ele mais vantagens que aspectos negativos. Ainda bem para o Colégio que os excessos hoje cometidos não passam de brincadeiras próprias de uma camarata do I.O. quando comparadas com os que foram aqui descritos.

Todavia, e este é o verdadeiro motivo que me leva a escrever, não compreendo a necessidade de, publicamente, estarem a ser recordadas estas situações.Compreendo que se tratem de situações marcantes, que os seus protagonistas sintam a necessidade de falar sobre elas, mas este não é, definitivamente, o local mais apropriado.Qual é a necessidade de recorrer a um blogue, a que qualquer um tem acesso, para falar de situações passadas há 20 anos?Estes casos não devem ser ignorados,devem até ser recordados e debatidos, mas à mesa de um restaurante durante um jantar de curso,na associação ou noutro qualquer local mais recatado.

Falava-se neste blogue nos "Cyber-graduados", mas quer-me parecer que as novas tecnologias vieram também criar os "cyber - cantos dos graduados" e as "cyber - conversas de cagatório"( e o termo não é depreciativo, só o utilizo porque, pelo menos no meu curso,os cagatórios sempre foram palco de longas e intensas conversas sobre o Colégio).

Um abraço.

Ps- Apesar de recuperar algo do que o anónimo disse,não sou eu o visado pelos mimos e demais sinais de afecto resultantes do seu texto.

Anónimo disse...

Em relação ao último comentador, espero que entendas que não é uma questão de ser o local adequado ou não, pois sendo um blog em que é discutido um tema e e tu te sentes tocado pelo mesmo deves comentar independentemente do que relatas (deverá estar inserido no tema), mas sim de um relato de uma situação que já foi "conversada" no meu curso e que eu me lembre é só mais um facto que de facto(!) se passou, tais como outros aqui relatados e que se calhar, por terem sido muitas vezes falados e relembrados fizeram com que os sucessores(e não só) a esses mesmos factos, com o tempo amadurecessem de forma diferente?, tivessem posturas diferentes, etc, há muitas coisas que mudam a nossa vida, é outro facto, é bom partilhar pois ajuda de muitas maneiras, quem ouve e quem desabafa, outro facto, todas as opiniões são válidas, mesmo as menos correctas ou sinceras, pois até com essas crescemos, falando por mim, coloquei o meu comentário algumas vezes junto de posts que me dizem algo, que me tocam mais, não acho os comentários desadequados e quando o forem de certeza que o Provedor do blog os retira e se este local não servisse para isto, para que servia? para o Chagas ter um monólogo? (cadê a vagina? que pelo menos com essa o monólogo vale a pena...) Espero que este meu comentário seja bem entendido, sem qualquer tipo de maldade, mas para que entendas 362/93 que para mim, o CM só cresceu e os seus graduados também, porque tudo o que tem e teve de bom e de mau é analisado, dentro e fora dos cursos, sem medo, sem fraqueza, mas com a intenção de que se torne cada vez mais forte e melhor...pois aí sim continuará a marcar a diferença...
um abraço Raizes

Anónimo disse...

Não considerei, em local algum,qualquer opinião como menos válida, nem sequer coloco em causa a veracidade dos factos relatados, até porque, como já referi, desde sempre ouvi serem comentadas no Colégio situação similares. Reconheço ainda o mérito da discussão e percebo, sinceramente, a necessidade que os actores têm de comentar um filme em que participaram.Um verdadeiro filme de terror, estou certo.

Contudo,continuo a considerar que este não é o local mais apropriado para se discutir este tema.Este é um blogue público,que qualquer um pode ver.E não quero entrar em grandes teorias conspirativas,nem me parece que o SIS ande por aí,até porque agora se têm que preocupar com os independentistas da Madeira.Mas concerteza que há pessoas estranhas ao Colégio a ler estes comentários, e por mais que estas situações se tenham passado há 20 anos, influenciam de forma muito expressiva a visão que as pessoas possam ter do Colégio.Penso até que a imagem geral que alguém estranho ao CM tem, é de que uma escola militar será algo de duro e violento.Estas situações só servem para confirmar o facto.
Se a opinião final de quase todos os intervenientes é de que, apesar de uma série de episódios mais negativos, o balanço final é claramente positivo, então preocupemo-nos com o Colégio e tentemos não discutir estas questões AQUI. E note-se que acho muito bem que tudo isto seja discutido, só coloco em causa o local da discussão.

Mas percebo perfeitamente que não devam ter sido momentos fáceis, que ainda hoje se sintam revoltados com elas e que, por isso, não podem deixar de abordar o tema, seja onde for.Felizmente, os actuais alunos não terão, um dia, que se debruçar sobre histórias como esta.

Um abraço.

Pedro Chagas disse...

De um lado temos a instituição, do outro temos as pessoas.

A instituição tem mais de 200 anos de história, durante os quais recebeu e educou milhares de cidadãos. Se não consegue resistir a uma situação excepcional ocorrida há 23 anos, não sei o que vos diga.

As pessoas são pessoas que eu respeito, e que merecem (e precisam de) uma reparação pública e/ou privada por situações em que foram envolvidas e nas quais tinham, muitas vezes, 0% de culpa.

Não procuram vingança, porque senão descreviam os factos "tintim por tintim", indicavam os nomes dos culpados, e enviavam os links dos "posts" por e-mail para as famílias deles.

O que procuram então? Humanidade.

Se é verdade que na altura tínhamos 16 anos, hoje não temos. Se na altura por vezes não tínhamos a noção dos limites, hoje temos. Se na altura éramos jovens aventureiros e solitários, hoje temos mulher e filhos. Se na altura alinhávamos em "carneiradas", hoje sabemos demarcar-nos dssas situações.

Hoje sabemos que algumas situações do passado foram mal geridas. Hoje, os agressores que têm consciência vivem com o estigma de terem sido agressores, e as vítimas vivem com o estigma de terem sido vítimas. Todos fingem que já não se lembram, e são capazes de se cumprimentar e conviver no "3 de Março", mas as marcas estão lá.

Não quero que este "blog" seja o programa da Oprah, mas deixem-me dizer-vos que acho que já era tempo de algumas pessoas procurarem algumas pessoas e falarem com elas de alguns assuntos do passado. E pedirem desculpa.

Vai adiantar alguma coisa? Acreditem que vai.

Repito: Humanidade.

Anónimo disse...

Não me parece tanto o estilo da Oprah, é mais um caso para o Dr Phill.
Abraço

Anónimo disse...

Ninguém aqui afirmou que a Instituição podia estar em causa pelo simples facto de uma situação excepcional, como diz, acontecida há 23 anos, ser aqui relatada, apenas foi posta em causa a necessidade de ter que haver uma exposição pública da mesma.

Mais do que vontade de vingança, acredito que as pessoas que aqui escrevem sentem necessidade de abordar assuntos mal-resolvidos,situações com as quais ainda hoje não lidam, nem podem, de maneira pacífica.Mas não estou aqui para avaliar as intenções de ninguém e não o fiz.

Também acredito que discutir estes temas contribua para que se faça justiça e, mesmo 23 anos depois, há pessoas que merecem que esta seja feita, de forma pública ou privada.

Mas volto ao início, só ponho em causa a necessidade de o tema ser abordado desta forma num espaço público.

Vou ficar por aqui quanto aos comentários sobre o tema, até porque compreendo perfeitamente os protagonistas e a necessidade que têm de abordar o assunto quando surge a oportunidade, ainda que num blogue.Sei que o facto de este ser um blogue público é uma questão menor perante as marcas que ainda hoje muitos sentem, para além de ter noção que o "perigo" que daqui advém é muito relativo...

Parabéns pelo blogue que nos deixa sempre um pouco mais perto de tempos idos e pela incrível capacidade de memorização.Fico espantado como é possível recordar com tanta clareza episódios com mais de 20 anos.

Acho que li nos comentários a este texto a intenção do 15 de 75 de desistir do seu blogue.Se assim o decidiu, terá concerteza os seus motivos.Mas sendo esse o blogue colegial que mais admiro, sinto-me na necessidade de o referir aqui, como modesto pagamento das boas horas que me proporcionou e das recordações que me trouxe.
Obrigado aos 2 pelo tempo que perdem em partilhar a vossa vivência colegial.

Abraço

Anónimo disse...

Viva Jags (ou Fozzi),
quero-te dizer que tens toda a razão no que dizes a meu respeito (Pardal) e nem sabes como lamento tudo o que aconteceu contigo. Mas se me safei naquela Jab Session foi TÃO SÓ E APENAS porque eu SABIA a que horas havia chegado à camarata, porque FELIZMENTE ali tinha regressado junto com o insuspeito 312-grego, que igualmente o confirmou. Fiquei dessa forma livre do (desse) pesadelo. Por isso e só por isso eu não fui afiambrado como o Alvin. E como disseste, naquela noite, os outros casos não vinham ao caso. Confesso que não me lembro de ti lá, mas com aquelas lâmpadas nos olhos era difícil "assistir" ao que quer que fosse "em primeira fila", como tu dizes (aqui erradamente). E inteligentemente ter confessado (não 30 mas cerca de uns 8 ou 9, porque foram efectivamente 8 ou 9) apenas me tirou qualquer peso na consciência para o que se pudesse vir a seguir (se isso nisso fui inteligente, concordo contigo). Mas não foi manobra. Aliás esse famoso rol só teve o condão de me transferir a partir daí para a lista dos suspeitos a abater, e tornar-me objecto de "missas" tão mais bárbaras e revoltantes do que as que tens descrito dos "Conas 1 e 2" (com todo o respeito), as quais vieram a ter lugar no ano lectivo seguinte e das quais provavelmente nem terás tido conhecimento. No fundo sabes bem da tua situação, mas não conheces da minha missa (e da de outros) o suficiente para concluires "ironicamente" sobre o que faço actualmente, ou deixo de fazer. Nisso o Alvin resume tudo de forma perfeita o que só o enaltece como homem. Mas talvez possamos abordar mais pormenores esclarecedores em futuro jantar, porque não? Talvez não saibas porque razão eu saí com única semana de graduado...
De qualquer das formas tudo está há muito ultrapassado e, como se diz em direito, prescrito. Graças a Deus! Esquecido, claro que não!
Um abraço para o Alvin, para ti, Fozzi, e para todos os demais.

Anónimo disse...

JAGS - Fózi - 401/77 diz:

Pardal (Gordo),

Quando disse que estava em primeira fila, é porque estavas.
Se não te lembras, eu refresco-te a memória.
É fácil, imagina a sala de leitura da Quarta em Janeiro de 1983, estás a vê-la?
Eu estou, perfeitamente.
Se estivesses de frente para a porta de entrada, ao lado esquerdo, havia um móvel com um amplificador/tuner e um Deck de cassetes da MARANTZ.
Na sala de leitura, havia uma mesa grande com cadeiras à volta, umas mesas mais pequenas com quatro cadeiras cada e uns bancos corridos junto à parede.
Enquanto me enchiam a mim e ao Alvin de porrada, tu estavas sentado num desses bancos.
Da tua posição à minha, enquanto gramava no focinho, iam uns 3 a 3.5 metros, e estavas às minhas 10h00, isto do meu ponto de vista, no local de "impacto".
Não haviam luzes apontadas a ninguém nessa noite. Apenas as luzes de cima da sala de leitura, as quais estavam todas ligadas.
E lembro-me disto tudo, porque nessa noite por inúmeras vezes te observei, pelo canto do olho, enquanto paulatinamente levava porrada.
Pensava: "Eh, pá, que inveja, quem me dera estar ali sentado, como aquele gajo!... Estou aqui há horas em sentido, a levar na tromba, não posso nem consigo me mexer, e cada vez que tento dizer alguma coisa, ou me berram aos ouvidos ou me batem ou as duas coisas em simultâneo, seja o que for que diga... o que é que aquele gajo lhes terá dito que o terá safado da sova que estou para aqui a levar?..."
Mas finalmente entendi: Tinhas um álibi ! O 312.
Mas não deve ter chegado, e de caminho deves ter dito, para reforçar a tua honestidade: Oh pá, só para verem que eu não tenho nada a ver com isto, faço-vos o rol das merdas todas que gamei desde que entrei para o CM, agora, por favor não me batam, pronto!
Eu não tinha um álibi fidedigno.
Também não tinha um rol pomposo e credível de gamanços para apresentar, porque mesmo que fizesse uma lista exaustiva de todas as Ginas, Penthouses, Escorts, Hustlers e Playboys que gamei ao Crónico, da bolama que rapinava à Kika, e do Nívea After-Shave Bálsamo que subtraía em doses sub-reptícias mas regulares, ao Gordo-Chulo, esses items não tinham relevância dramática nenhuma e ainda me arriscava a ser julgado pela “Inquisição Espanhola” como um pervertido sexual, um glutão compulsivo, ou um pelintra preguiçoso: “Guilty! Guilty! Guilty!...As charged!”
O meu alibi “era” o principal suspeito e por sinal até nos dávamos bastante bem, na altura. Por um mal-entendido qualquer, nem sequer as nossas histórias batiam certo uma com a outra. Poderiam bater certo?...
Quanto ao rol de 30: não o li expressamente, apenas observei de relance, uma página A4 com bastantes itens descritos, mas se calhar, não era uma listagem de situações, mas sim de datas, locais e objectos. O meu pedido de desculpas pelo exagero.
Quanto aos mistérios, enigmas e situações pouco conhecidas que afloras no final do teu comentário: Se não tiveres medo de falar abertamente sobre elas, passados 24-25 anos, em nome da verdade e da paz de consciência, força! Quem ou o quê te assombra?
Se, achares por bem, não comentares mais nada em concreto, decerto os camaradas entenderão.

Um abraço.