quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Memórias do Baú XXVIII - Frases Lapidares

Continuação de Memórias do Baú XXVII - Frases Lapidares.

No Colégio, Traçamos o Nosso Destino

Onde é que vamos esta noite?

À rouparia? À Secretaria? Ao gabinete do Adjunto? À arrecadação dos serventes? Ou vamos ficar aqui, no gabinete do Comandante de Companhia?

Todas as noites traçávamos o nosso destino, partindo das opções que nos eram dadas pelo chaveiro da sala do Comandante de Companhia.

Umas vezes, era uma simples viagem à rouparia, para ir buscar roupa lavada; as roupeiras deviam achar estranho que alguns graduados nunca lhes pedissem roupa, mas a roupa lavada ia desaparecendo da prateleira respectiva, enquanto que a roupa suja ia aparecendo no "carrinho". Outras vezes, ficávamos simplesmente no gabinete do Comandante de Companhia, "entretidos" a ler informação reservada.

De vez em quando, um sobressalto. "Chiu! Um barulho! Será um 'vigilas'?"

O gabinete do Comandante de Companhia tinha uma casa de banho, e o nosso receio era que algum 'vigilas' da 1ª a quisesse usar, ou então que algum 'vigilas' tivesse visto a luz das lanternas através do vidro martelado da porta.

Ficávamos imóveis na escuridão, à espera, olhando através do vidro. Alguém se encostava à porta... toc, toc, toc... ok, era só mais um graduado que queria entrar para a "Sala de Leitura"...

Continua em Memórias do Baú XXIX - Frases Lapidares.

14 comentários:

Anónimo disse...

kker dia escreves um livro...

mas isto num blog, nao sei nao.

Pedro Chagas disse...

Pk ñ?

Anónimo disse...

Estou chocado. Também descobriste as fotos de ti nu quando fizeste a inspecção médica na candidatura ao CM? Dia 5 espera pelo meu abraço.

Pedro Chagas disse...

Só queria revisitar as aventuras da juventude. Não prejudicávamos ninguém, divertíamo-nos e corríamos o risco de ser punidos, o que dá sempre uma dose de adrenalina interessante. Também não me parece que isto contribua para denegrir a imagem do Colégio, da minha geração ou do meu curso; à minha imagem – discreta – , só pode fazer bem… ;-)

Mas se houver muitas opiniões contra, quer de identificados quer de anónimos “que já sejam da casa”, eu altero a linha editorial.

Anónimo disse...

Segue, segue. A linha editorial está boa.
Acho é que te esqueceste de mencionar um pormenor: quando alguém era devidamente "extintorado" ficava com as pestanas brancas e muito espessas e com o contraste da boca muito vermelho o que lhe dava um ar particularmente engraçado.

Anónimo disse...

Chagas,
... parece-me que te estas a divertir, e a meu ver, adicionar valor a nossa memoria colectiva colegial !! e' o Colegio visto pelos teus olhos e isso e' propriedade intelectual tua, ... ficando eu desde ja' agradecido por a partilhares com o resto da "malta de outros tempos".
Freitas

Ceriz46 disse...

Não é simplesmente curioso, mas sim apaixonante verificar o quanto se aplicam as aventuras, pensamentos, planeamentos, etc, aos dias de hoje.
Reconheço a tua adrenalina em partir em mais uma aventura pelo corpo de alunos e até mesmo pelo colégio, numa noite sem obrigações, ou num outro tempo livre.
Isto é em todo o caso uma componente interessante e vincante das recordações e consequentemente da formação que nos é conferida no CM.

Advirto-te apenas, para o facto de todos nós sabermos que as aventuras que descreves são parte integrante da vivência dos últimos anos de Colégio, sendo que pode ser um erro a visualização destes pelos mais novos que a este local têm tb acesso.
abraço.. grande trabalho este blog

Anónimo disse...

Pelo contrário, meu caro ceriz, este blog pode ajudar e muito os putos que não sabem se devem aguentar os 7 anos para se aliviarem e vingarem no 8º. Afinal vale a pena e não é só pelas estrelas no ombro e por trocarem a pesada Mauser pela leve espada nos desfiles. Afinal passa a haver um regime de portas abertas e até solário privado, e sabe-se lá que mais ainda aí vem. Putos, fiquem atentos e aguentem firmes porque a recompensa vale a pena!

Anónimo disse...

atao vamos ja contar tudo o k podem fazer na 4ª... hum, k fixe!

Pedro Chagas disse...

anonymous (o genuíno, e não os outros que usam "abusivamente" a identificação "anonymous"),

os putos percebem que não é normal andar no telhado.

Podem é ficar confusos quando falas em "se aliviarem e vingarem no 8º [ano]". Aliviarem e vingarem de quê? Pelo que tenho percebido, as coisas estão muito diferentes em termos de disciplina e de abusos por parte de graduados mais "ressabiados", e felizmente não terão muito de que se vingar quando chegarem ao 8º ano.

Já agora, digo ao "falso anonymous" que no meu tempo não se "podiam fazer coisas" na 4ª, "faziam-se coisas" na 4ª, o que é completamente diferente. Cada um sabia qual era o preço a pagar por fazer coisas que não podia fazer, e às vezes... pagava-o mesmo. Calculo que as coisas ainda sejam assim.

Anónimo disse...

Chagas, só o facto de passar de comandado a comandante já é um alívio e uma vingança. Mas cada um tem os seus traumas, é verdade. Eu, por não ter chegado a graduado, o Chagas porque não ganhou algumas medalhas, não gostava de cavalos e perdeu no jogo das estrelas (se não for isto, é o que parece). Mas voltando ao assinto, digam lá, Chagas e Ceriz, o que aconteceria, em 1984 e em 2005, se graduados apanhassem não-graduados no telhado. No meu tempo o graduado pegava numa sapatilha para melhor mostrar ao aluno o mal que tinha feito. Se agora me vierem dizer que substituíram as sapatilhas por luvas de pano, então é mesmo caso para perguntar para que serve a palavra "Militar" em "Colégio Militar" e onde pára a disciplina, até porque noutro post de hoje até parece que dão mais valor aos "jogos culturais" do que aos treinos militares. E eu que julgava que "jogos culturais" era como se chamava a Instrução Militar no IO.

Ceriz46 disse...

Antes de mais devo dizer-lhe que discute com a pessoa errada quanto a factores militares... sou profundamente defensor do sistema militar.
Quanto ao argumento de que devemos dizer aos putos o que acontece para alimentar a vontade de ficar até ao fim, acho isso descabido no sistema em que se apresenta: uma página web. Quando muito diz-se uns tópicos e conta-se uma ou outra aventura numa conversa de canto, mas sobre a caracterização de sigilo máximo.
Quanto ao carácter das actividades nocturnas na 4ª, são privilégios do 8º ano e uma ou outra vez do 7º em ocasiões especiais ou acompanhados de entidades do 8º.
Fora disso, 6º ano e afins estão na classificação prédefinida...podem fazer o que quiserem; se forem caços...
Bem, mais que isto falamos no 5 de Março.
Abraço

Pedro Chagas disse...

Ceriz, o anonymous já disse que é ex-aluno, por isso tratá-lo por você ("...devo dizer-lhe que discute...") é foleiro. É certo que ser anónimo também pode ser foleiro, mas acredito que algumas pessoas tenham boas razões para respeitar e até gostar do Colégio, mas ainda assim sentirem que foram pessoalmente vítimas dele. Se 1% dos gajos sairem traumatizados, o resultado parece muito bom, mas os que estão nos 1% não acham muita piada... (1% é um número teórico, só para explicar a ideia).

Anonymous, sobre os meus traumas... descobri neste processo de revisitar o passado que tenho alguns (o que é idiota, pois já passaram mais de 20 anos), mas vou ver se ninguém os "puxa"... ;-) Medalhas: gostava de ter ganho aquela do 3º ano, mas daí a um trauma vai alguma distância... Graduações: se era um jogo, perdi, mas daí a um trauma... Cavalos: nunca montei - só pilecas manhosas. Se calhar quando montar cavalos até vou gostar... ;-)

Ceriz46 disse...

A parte do voçê, foi um lapso.. não tava a ter conta que falava com um ex-aluno.
E já agora gostava de dizer que compreendo a ideia do 1%, pois é bem verdade... já conversei com alguns membros do 1% e compreendo a situação, e posso até dizer que eu próprio levo do Colégio alguns traumas relacionados (por acaso), com medalhas, estrelas e cavalos.
Mas enfim, não levo mágoa do colégio por isso...mas compreendo quem leva.
Abraço